quinta-feira, 13 de março de 2008

O dia que ela vai embora.



Acabei de chegar da despedida da minha melhor amiga.

Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três.



São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica? Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes. Amizade não é só empatia, é cultivo.



Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo. Na minha singela opinião, para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Tu não precisas de uma razão. Basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, se tratarem bem.



Caso de melhores amigas dos tempos modernos...

Se são amigas mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso trocar elogios constantes, podem até pegar no pé uma da outra, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre duas amigas de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?



Acho que é amor.



Oh, céus! Coisa cafona, Andrade! Amor? Esta lengalenga de novo? Sério, só mesmo amando uma amiga para permitir que ela se atire na tua cama e chore todas as dores dela sem que tu se incomode nem um pingo com isso.



Só mesmo amando para eu confiar a ela o meu próprio inferno. E para não invejarmos as vitórias uma da outra. Por amor, eu empresto minhas coisas, dou meu tempo, sou honesta nas minhas respostas, cuido para não ofender, abraço causas que não são minhas, entro numas roubadas, compreendo alguns sumiços - mas ainda assim, ligo quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na tua vida, não deixe que sumam. Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha.






Um dia eu li, e concordei: a solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.





Para a minha metade, que ela seja feliz como nunca.

Todo dia.

2 comentários on "O dia que ela vai embora."

Unknown on 13 de março de 2008 às 16:07 disse...

beijos pra marcela, e pra vc!
minha linda encantada!

Anônimo disse...

beeeeeeeeeeeeijos

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