segunda-feira, 26 de novembro de 2007

página 203, 204, 205.

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Trecho do meu livro preferido, de uma das minhas partes preferidas. (é exatamente assim - até o layout!)




"O aeroporto estava cheio de pessoas indo e vindo. Mas éramos apenas eu e seu avô.
Peguei seu diário e vasculhei páginas. Apontei para É tão frustrante, é tão patético, é tão triste.
Ele procurou no diário e apontou para O modo como acabou de me alcançar essa faca.
Apontei para Se eu tivesse sido outra pessoa em um mundo diferente, teria feito algo diferente.
Ele apontou para Às vezes a gente só quer desaparecer.
Apontei para Não há nada de errado em não compreender a si próprio.
Ele apontou para É tão triste.
Apontei para E alguma coisa doce não cairia mal.
Ele apontou para Chorei e chorei e chorei.
Apontei para Não chore.
Ele apontou para Debilitado e confuso.
Apontei para É tão triste.
Ele apontou para Debilitado e confuso.
Apontei para Algo.
Ele apontou para Nada.
Ninguém apontou para Eu te amo.
Não havia como se esquivar daquilo. Não podíamos passar por cima nem andar até a beira.
É lamentável que se precise de uma vida inteira para aprender a viver, Oskar. Porque se eu pudesse viver minha vida novamente, faria tudo de uma maneira diferente.
Mudaria minha vida.
Beijaria meu professor de piano mesmo que ele risse da minha cara.
Pularia na cama com Mary mesmo que agisse como boba.
Enviaria fotografias feias pelo correio, milhares delas.
O que vamos fazer, ele escreveu.
É com você, eu disse.
Ele escreveu Quero ir pra casa.
O que é casa para você?
Casa é o lugar com a maior quantidade de regras.
E o compreendi.
E vamos ter que criar mais regras, falei.
Para que seja ainda mais casa.
Sim.
Tá.
Fomos direto para a joalheria. Ele deixou a mala na salinha dos fundos. Aquele dia vendemos um par de brincos de esmeralda. E um anel de noivado com diamante. E uma pulseira de ouro para uma menina. E um relógio para alguém que estava de partida para o Brasil.
Aquela noite nos abraçamos na cama. Ele me beijou toda.
Acreditei nele. Eu não era idiota. Era sua esposa.
Na manhã seguinte, ele foi para o aeroporto. Não tive coragem de sentir o peso de sua mala.
Queria que ele viesse para casa.
Horas se passaram. E minutos.
Não abri a joalheria antes das 11h00.
Esperei na janela. Ainda acreditava nele.
Não almocei.
Segundos se passaram.
A tarde se foi. A noite caiu.
Não jantei.
Anos se passavam no espaço entre os momentos.
Seu pai chutou dentro de minha barriga.
O que ele estava tentando me dizer?
Coloquei a gaiola dos pássaros diante das janelas.
Abri as janelas e abri as gaiolas.
Joguei os peixes no ralo.
Desci com os cães e gatos pela escada e retirei suas coleiras.
Larguei insetos na rua.
E os répteis.
E os camundongos.
Vão, eu disse a eles.
Todos vocês.
Vão.
E eles foram.
E não voltaram."


domingo, 25 de novembro de 2007

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acabei de me resolver.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

(re)encontro

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Isso me fez chorar. Ele limpou minhas lágrimas. Mas não admitiu ser quem era. Nunca admitiu.
Passamos a tarde juntos. Quis tocar nele o tempo todo. Sentia tanta coisa por aquela pessoa que não via há tanto tempo. Meses atrás ele parecia um gigante e agora parecia tão pequeno. Não precisava lhe contar minha história, mas precisava escutar a dele. Quis protegê-lo, o que tinha certeza de que podia fazer mesmo que não pudesse proteger a mim mesma.
Tínhamos tudo pra dizer um ao outro, mas nenhuma maneira de dizer.
Nossas xícaras esvaziaram.
O dia esvaziou.
Eu estava mais sozinha do que se eu estivesse sozinha. Estávamos prestes a tomar direções opostas. Não sabíamos fazer mais nada.

Marcamos para o outro dia.


mrs. schell.
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Eu não precisava do passado pra nada, pensei, como uma criança. Não me passou pela cabeça que o passado podia precisar de mim.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

zero.

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Trabalhamos para ter dinheiro, respeitamos as leis, usamos o telefone para menter laços com a família, e procuramos amar uma única pessoa para sossegar as aflições do coração (cof, cof, cof), sempre tão inquieto. E mesmo fazendo tudo certo, e mesmo correndo contra o relógio e contribuindo para o bem-estar geral, às vezes dá tudo errado.

É quando surge alguém não sei de onde, percebe nosso xtress e dá aquele conselho-curinga que serve pra TODAS as ocasiões: deixa rolar.

Mas sinceramente, sempre que eu deixei rolar, não aconteceu absolutamente nada. Nada de positivo ou negativo. Nada!!

De vez em quando, eu até deixo rolar, mas somente pra obter um breve momento de descanso, que me dá a ilusão de que saí de férias pra vida. É algo do tipo: não estou dormindo. Não estou aqui. Não estou vendo nada. Quando a desordem começa a ameaçar, eu conto um, dois, três, estalo os dedos, e o motor aqui volta a funcionar de novo.

Deixar rolar é o tipo de conselho que eu não consigo mais seguir. Tenho essa mania desgraçada de querer participar de tudo o que me acontece. Se eu me dei bem, a responsabilidade é minha. Se eu me f*di, é minha também, ora. Não entrego NADA a Deus. Não uso nem serviço domicilio. Eu mesma respondo e-mails, atendo telefones, eu mesma vou atrás de mais problemas. Delego pouco, e apenas pra gente em quem confio às cegas. Nunca pra esse tal de destino, que eu nem conheço.

Só entro em estado de passividade quando não depende mais de mim. E só deixo rolar aquilo que não me interessa mais.

O problema é que TUDO me interessa.


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O futuro (just calling my name).

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Ontem, eu estava acompanhada de duas das minhas melhores companhias, na minha casa. Então, meu pai resolve colocar um documentário chamado "O Segredo" pra assistirmos. (faz de conta que a gente assistiu todo!)


Esse post não vai ser sobre o documentário. Até porque, não tenho nem argumentos sobre o tal. Mas uma coisa entre tantos homens repetindo as mesmas palavras (acho que foi dessa forma que eles acharam que algo fixaria na nossa cabeça), chamou minha atenção. Na verdade, a atenção do J. e F., também.

Escreva seu futuro.
Descreva seu futuro.
Coloque no papel o que você quer pro futuro.

E me dei conta, o futuro tá a 17 metros de mim. E então, eu, F. e J., resolvemos fazer esse exercício....



















A ordem dos fatos está correta.
Não importa se não faz sentido pra ti.
Sempre vai fazer pra mim. ;)

Always comfortable.


sábado, 17 de novembro de 2007

Scrap que eu não queria perder..

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Carlo.:

agradeço a vc,
p ter compartilhado
d tua vida
em minha vida.
ótima viagem, bom trabalho
e q continue somando alegrias
na colcha d retalhos d tua existência.
bjo.


:~

let the rain fall, I don't care. I'm yours and suddenly you're mine.

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

quando não temos a menor idéia do que estamos procurando...

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Contei sete portas. E cada porta que se fechava às minhas costas, eu me aproximava um pouco mais daquilo que eu estava procurando.

Ao abrir a sétima porta, vi que tinha chegado ao fim do corredor - e ao princípio dessa minha jornada. A última porta dava pra um amplo teatro. À minha esquerda, fileiras de poltronas azul; o teto erguia-se
trinta metros acima da minha cabeça, e juro que eu tive de lutar contra a sensação de gritar pra testar o eco da minha voz, como se precisasse me convencer de que aquilo tudo não era mesmo um sonho.

À minha direita, o palco mais estranho que já tinha visto na vida. Não conseguia perceber a finalidade de muitas estruturas dali. No outro lado do teatro, vi homens em volta de uma estrutura que balançava. Ain
da assim, conseguia ouvir suas vozes. Detectei uma mistureba de sutaques entre a meia duzia de pessoas espalhadas pelo palco. (Descobri depois que eram escoceses, russos, texanos e canadenses francófonos). Eles estavam tão concentrados em seu trabalho, que nem notaram minha presença ali.

Eu estava completamente dominada por uma curiosidade de uma maneira que não me acontecia desde os tempos de colégio, quando cada experiência era uma nova aventura e eu não precisava me preocupar com as conseqüências dos meus atos como agora; minha mente estava desperta para as possibilidades apresentadas por todo o ambiente que me cercava.


E então, ela veio me explicar que ali era uma empresa de entretenimento criativo; criavam espetáculos a partir dos sonhos, talentos e paixões dos artitas e criadores.

... fica fácil de procurar.

Estou no Cirque du Soleil. E é exatamente como nos meus sonhos.



segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pra (me) lembrar de quando voltei dos EUA

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(Brandon hot damn sexy.)

Hoje é dia doze.

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Acordei pensando nisso. Hoje é dia doze. Hoje poderia ser um dia de comemorações lindas. De declarações fabulosas. De lágrimas totalmente verdadeiras. E de sentimentos puros.

Mas ainda bem que minhas comemorações, declarações, lágrimas e setimentos, estão voltados pra outra realidade, outro propósito. Acordei lembrando do dia frio, que mesmo assim insisti em ficar na varanda enrolada no edredon, deveria ser charme, manha ou dengo. Não sei. Fui criada em ambiente assim. Enquanto eu tava deitada, exausta, começou a tocar I'm yours (eu realmente nunca esqueci!), ele disse quem era, e eu fiz: "Jason who?!". Quem diria... anos depois, ele se tornou meu músico preferido. Dia doze. Doze. Doze... E jajá vai ser 12:12.

Enfim...

Hoje eu apresentei um trabalho sobre o Cirque du Soleil, fui aplaudida, as pessoas amaram. Fiquei feliz. Mas minha felicidade durou minutos. Saí da sala de aula e lembrei das mil coisas que me esperavam aqui fora. Xtresses de documentação, compromissos, passagens de avião, libras, dólares, e a (ainda!) recuperação do final de semana.
Me dei conta que não quero deixar tanta gente aqui. Ou talvez eu tenha me dado conta que não quero ir.

Vou nos deixar guardados na estante. Vou te deixar consumindo minhas 17 horas diárias. Afinal, meus últimos dias, só me passa isso pela cabeça. Fazer o que, né? As coisas comigo sempre foram assim. Nunca ninguém disse que Prudência era meu sobrenome mesmo. Tuas palavras tímidas, ainda tão na minha cabeça. Ainda repetem em voz alta, muito alta, que tá com medo. Eu te digo, não tenha. Sério, não tenha. Mas deixa eu ter meu momento-como-vai-ser?!. Verdade. Como vai ser? E se ...

Deixa pra lá. Costumo teorizar sobre o assunto, mas nossas conclusões são MEROS chutes, pois como nos conhecemos BEM, não nos simpatizamos nem um pouco com estatísticas e enquadramentos.

Mas quer saber mesmo? Nós não somos qualquer coisa, e merecemos reverência.
Palmas pra nós. De pé, por favor.






(quando eu falo sobre mim, parte II)


sábado, 10 de novembro de 2007

procura-se vivo: o novo!!

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Coisas mortas não me interessam.

Ando procurando a novidade que vai me fazer refletir, questionar, enlouquecer. Algo que nunca vi, original, que desestru
ture, surpreenda, revolucione.

Sério!!!!!! Não quero repetir fórmulas, não quero respirar o que dá certo.

Vou ler todos os clássicos da literatura alemã, francesa, inglesa, americana - sim, ser intelectual (isso pega bem até a meia noite de hoje!). A partir de amanhã, vou ler e reler blogs, literatura do futuro
. Estou cercada de coisas tão antigas, tão iguais. Quero causar impacto, escandalizar a platéia e o porteiro do meu prédio. Ou serei terna. Ternura! Enfim, uma palavra nova. Usarei ternura, comerei ternura, vestirei ternura. Até o final dessa estação.

Ando procurando o novo. Embaixo da cama, em cima do sofá, dentro dos livros, nos faróis dos carros, nos videoclipes. Ando
desprezando o "mesmo", feito do mesmo jeito. Estou abrindo espaço para o inusitado.


Mas mesmo assim. Se tu encontrar o novo, não te apressa em me mostrar. Até porque ainda estou absorvendo o que foi novo horas atrás.


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

the better part of me

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Parte da entrevista com a (salve-salve) Angelina Jolie, na Marie Clarie desse mês:

"Orgulhosa, mostra as tatuagens que fez pelo corpo em homenagem aos filhos: as latitudes e longitudes dos países em que nasceram, todas no seu braço esquerdo, perto do ombro. 'Mas e Pitt?', pergunto. 'Brad?', ela diz, 'está em todo lugar'."



Tu também.

de novo, o mraz.

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I knew you wanted something from the bar last night, so I ordered it. But you never came, so I drank it. I played a short set last night. I knew you 'd have some requests. And though you never came, I still sang them.


Today I feel dirty and my hair confused, but in a romantic Neal Cassidy kind of way. I'll have to rock the same socks and jocks as yesterday all for the love of you and the game. I can hide my shame under my hat while an old toothbrush takes me back. That's close enough for jazz and good enough for rock and roll.

It was only a Thursday after all. You didn't miss anything. It was I who missed you.

-m



* http://www.jasonmraz.com/journal.php?a=pol&passedN=147

então é assim.

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O mapa astral não influi, o horóscopo não decide, a criação não determina. Mas por algum motivo nessa Terra, eu escolhi amar e se valer disso. Por mais que, vez ou outra, sentisse que pouco valia.


Eu me divirto quando dá, choro quando sinto, e desisto quando devo.


Eu não sei o que leva alguém a tamanha exposição e vulnerabilidade.
Enquanto eu pulo de bungee-jump sem checar previamente a segurança, ele só observa e reza pra Deus cuidar bem de mim. Porque já foram tantas vezes, tantas dores, tantas fraturas expostas esperando uma longa cicatrização... que eu nem sei. Nem sei se adianta tentar me induzir a algum pensamento cauteloso também.


Sabe.. Ninguém saberia dizer o fim da cena. Mas eu apostaria numa ironia, matéria-prima de toda história que é bem-vivida. Eu cruzaria os dedos por ela, aflita por querer induzir cada segundo do teu tempo em uma nova oportunidade. Esperaria tranqüila, pelos antigos conhecimentos de causa e conseqüência, sem negar a constante expectativa.
E por mais que existisse o medo, por mais que existisse ontem, por mais que existisse a certeza do avião, não haveria nada que me pudesse ter roubado todo o encanto.



Eu disse: NADA.


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