terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Bonjour, nathália! Bem-vinda ao cirque du soleil.

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Um dia, voltando a pé pro meu apartamento, naquele tempo meio chuvoso, em cima da ponte da Kirkman Road, tentei lembrar daquela frase de Baudelaire sobre sonhos - de que muito poucos são os homens capazes de sonhar sonhos magníficos. Heloisa, sem dúvida era uma desses eleitos - ou, para ser mais exata, tinha coragem suficiente para seguir seus sonhos.

A despeito dos obstáculos que encontrava pelo caminho - dinheiro, tempo, recursos -, nunca permitiu que eles a detivessem.
Esse é um dos motivos que hoje hoje, ela é minha hermana, e recebe de mim orgulho e dedicação de sobra.

Assim também, com esse mesmo espírito, conheci Lars, recusando-se a se considerar "só um ator", empenhou-se, sozinho, para criar números de uma originalidade ímpar (isso é uma lição útil pra qualquer um, que só vem a reforçar o que tantos outros do Cirque me ensinam todo dia: não há limites, tudo é possível!). Acreditando nesse princípio, e vivendo assim, é totalmente possível realizar as coisas mais extraordinárias.

Enquanto a equipe ainda analisava o currículo do Lars, perguntaram pra ele se ele queria ser do elenco. Ele até concordou, mas o que ele queria mesmo era participar como coreógrafo e criar números para os shows. Aí ele recebe a carta branca, e um pedido de pressa, porque as decisões seriam tomadas nas semanas seguintes. Lars tinha muitas idéias - idéias até demais!. Ele montou maquetes das suas melhores idéias, gastando até alguns dólares em material, e ficou trabalhando até cinco, ou seis da manhã todas as noites, durante uma semana, para aprontar tudo.

Então gravou uma fita de quinze minutos, e mais uma vez, mandou-a pra Montreal. A fita chegou na sede do cirque, em dez dias.

O resto, todo mundo já deve ter uma idéia. O pó mágico foi jogado sobre ele, e antes que ele se desse conta do que estava acontecendo, ele já estava instalado em sua própria sala na sede da empresa e tinha a sua disposição TUDO o que precisava para começar a colocar as idéias em prática.

Sabe-se lá com que mais ele vai sonhar.. Mas, espero que continue sonhando, os tais sonhos magníficos, pro bem de todos nós.


Pra ver o Lars, sua criação, e a emoção de ter um sonho realizado, é AQUI.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

hora de aproveitar.

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Amanhã pela manhã ele já terá ido embora, sua calça não estará mais do avesso, seu tênis não estará mais tão longe do seu par que se perdeu atrás da porta, suas moedinhas não estarão mais acumuladas em cantinhos inúteis, seus detalhes não serão mais pequenos detalhes deste mundo.

Amanhã pela manhã o lado dele da cama será tão limpo e liso quanto a tua vida chata e vazia, a mania dele de abrir os olhos ainda fraco para encarar a vida naquelas primeiras frestas de sol deixará espaço para que o sol te cegue e te enfraqueça sem nenhum pára-raio. Importa que ele não saiba quem são os J's da tua vida: Jason Mraz, John Mayer, Jamie Cullum, e John Fante?

Acabou tudo, tudo morreu. Imagina como seria poder socar o fim e agarrar-se novamente à vida? Ame. Neste último respiro do homem que tu pensavas que veria pelos próximos mil anos, tente zerar todo o teu preconceito e tente zerar teu corpo de qualquer orgulho.

Tente morrer junto com aquele segundo que durou pouco mas foi demais para continuar, só assim tu saberás como é bom renascer no próximo segundo, e só assim tu saberás que morrerá novamente e que estamos morrendo, vivendo ou não. Este carinho é o último, então que se dane que ele tenha uma pinta com cabelo nas costas. Este carinho é o último, então que se dane que aquela coluna já tenha se curvado e ainda possa se curvar por outras reboladas que não sejam a tua.

Este carinho é o último, então que se dane a tua posse, a tua necessidade quase espiritual de controle, a tua felicidade só verdadeira quando existe comando. Este carinho é o último e tente enxergar como é eterno e perfeito mesmo tendo a falha fatal da interrupção.

Eu só sei te amar hoje, se eu tiver que te amar hoje para sempre. Este é o último carinho para sempre e, mesmo tu não me completando, não dizendo o que eu quero ouvir, não ficando até tarde comigo quando sou engolida pelo silêncio e pelas marteladas do meu cérebro, eu te amo como se este fosse o único carinho. E então amo como se fosse o último amor e então amo para sempre.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

you're just a child to me.

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Derrube todas as pontes que ainda te prendem à mim, faça como eu fiz. Eu sou o papel, a caneta e a mão. A sabedoria, a paciência e a solidão. Eu gostaria que você me ignorasse. Brinque com qualquer coisa que seja de qualquer outra pessoa e espalhe pelo mundo que tu criastes.
Não há nada de errado em desistir, somos apenas crianças e não precisamos mais ter certeza sobre nosso futuro. O que seria suficiente pra te fazer parar? Abra bem teus olhos, chegou a hora de encontrar um lugar para se esconder. De novo. Mas alguém ainda acredita? Construa teu abrigo na parte mais alta dessa montanha feita dos sonhos que tu já deixastes pra trás. Lá tu estarás seguro. Feche as janelas do teu corpo e derrube todas as pontes que ainda te prendem à mim. Faça como eu fiz. Desista.
Eu sou a mágica, a platéia e as palmas. A refém, a sequestradora e a arma. E eu gostaria que tu me ignorasse.


Eu gostaria que tu me ignorasse, porque crianças acreditam em palavras e eu?.. eu acredito em nada além de mim. ;)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

mais uma chance.

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Hoje, nossa ligação é curta. É rara e vive falhando. Não me lembro da última vez que senti esse homem presente com tanto amor pra mim. E se eu vi, foi de relance. Ou com uma dessas técnicas que desenvolvi pra incrementar a realidade que (me) incomoda.


Eu não queria que fosse assim. Depois de muito sofrer, me culpar e esperar o inexistente, fiz o que mais odeio fazer nessa vida: me conformei. E hoje, mais do que me conformar, eu entendo. Entendo o jeito distante dele, e entendo as diferenças que nos tornam tão opostos e as semelhanças incríveis que me fazem não querer aceitar. Só há uma coisa que mesmo em 22 anos não entendi: a nossa capacidade indiscutível de nos decepcionarmos um com o outro.


Eu me decepcionei porque tentei te amar, e tu não quisestes. Me decepcionei, porque o mundo colocou pessoas crueis na tua vida, que através de ti, também foram crueis com a minha. Me decepcionei porque mesmo escrevendo cartinhas pra ti, desde os 7 anos, nunca recebi uma resposta. Me decepcionei, porque tua falta de amor me fez não saber exigir amor dos outros, nem de mim mesma. Me decepcionei por cada "eu te amo" que não ouvi e, se ouvi, foi tão baixo que meus sentidos não preceberam. E hoje me decepciono por continuar esperando o tom de voz daquela ligação.


Mas eu realmente entendo, porque ser paciente, além de ser o que eu melhor sei fazer nessa vida, é uma das pouca semelhanças que eu puxei dele. Não puxei alguns dons lindíssimos, nem a visão prática do mundo, mas puxei essa virtude, que bem utilizada pode me capacitar a fazer coisas impossíveis, como não morrer de inveja quando vejo um pai carinhoso. Ser paciente. Ser pai ciente. Ciente de quem eu sou e do que me faz feliz. Dois fatores básicos. Na falta, eu tento tornar real, eu me viro, porque isso eu também sei fazer bem. Busco nos outros um orgulho que eu queria que viesse de ti. Me esforçando pra ser alguém, driblar teu negativismo e provar que posso ser digna da tua admiração. Sabe por que?


Porque hoje eu sei me querer bem, cuidar de mim e plantar amor ao meu redor, mesmo sabendo que ele não crescerá no teu peito. Hoje eu sou tua filha, mas também sou meu pai. E posso, com respeito, amor no peito e coração quebrado, te ensinar um pouco sobre a vida.



A minha, por exemplo.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

esclarecendo tua maior dúvida.

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Bora lá: três vezes eu quase MORRI de saudades de ti. Uma quando eu vi Closer e lembrei que o amor, como deveria, não existe. Outra quando escutei sem esperar “Quem te viu, quem te vê” e lembrei que tu eras pra mim tudo o que o mundo e a vida têm de mais lindo. E a outra foi quando eu entrei no avião, e lembrei que não era pros teus braços que eu tava indo. Doeu lembrar ou aceitar que esse pedaço não existe mais nem na rede da varanda e nem na cama-sofá.

Eu ainda acho que a gente tinha alguma verdade que fazes tu, nem que seja a cada 100 anos, arranhar aquela nossa música, on fire em meu luto. Um luto cheio de vida.

É como se a cada letra a gente reafirmasse que somos amigos cheios daquela inteligência de camaradas descolados e bem resolvidos que, como tudo na vida que ainda respira e tem cor, seguiram em frente. Sim, somos isso mesmo, claro. Mas eu caguei para tudo isso e fico com o teu abraço naquele aeroporto estranho e, para a minha surpresa, me fez matar a saudade do meu mundo. Eu fico com as palavras doces que sem nenhum medo das críticas eu improvisei para o nosso espaço no universo.

Eu fico para sempre com o que tu plantastes em mim, essa coisa ruim. Aliás, tu sabias que me tornei uma mal-humorada-pseudo-intelectual totalmente insuportável e crítica?



Tu estais bem onde está, eu estou bem onde estou. Mas, como pode acontecer um dia pela vida, eu passar em algum lugar com meu novo amor e te cruzar vindo com teu novo amor, não tem como a gente não olhar para trás.


Não é verdade?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

happy valentines day.

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O pé cansado já tentou calçar (à força) do chinelão que descola as tiras ao sapatinho de cristal. Nenhum serviu e o coitado tá todo esfolado. Ninguém pra descascar, chupar ou fazer uma laranjada. Em compensação, laranjas na minha vida não faltam. E chega! Há anos peço o príncipe e só me mandam o cavalo.


No fundo, no fundo, a gente quer mesmo é alguém pra dormir protegida no peito (de preferência largo, médio forte e levemente cabeludo). É vontade de sentir aquela coisinha misteriosa de "é esse!". Como será sentir isso? Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse".


Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero correr na grama descalça e pular em cima dele. Quero ouvir Keane ou Jason Mraz numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.


Quero jantares, champagnes e as famílias reunidas. Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando eu precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, e.t., megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada, na bancada da cozinha, na dispensa e alguns hematomas e depois descanso numa cama bem grande nossa.


Quero foto brega na sala. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira - hihihi...). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades.


Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que me faça comer carne de bode apimentada sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante e ridículo.


É mais ou menos isso. É muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim. Exigir demais pode fazer eu acabar sozinha em mais shows do Roberto Carlos. Deus me livre!



E ah! Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única".



Happy valentines day.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

a dádiva de enxergar (de novo!)

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Depois desses dias de molho, de férias, e no meu pós-operatório, compreendi que dos cinco sentidos, a visão, pra mim, é soberana. Eu poderia perder os outros quatro, desde que eu ainda pudesse ver.

Mas enquanto eu estava na terrinha boa, entendi que mesmo a gente não dando tanta importância, há muita oferta pras nossas preciosas retinas. São propagandas, prédios que simplesmente aparecem do nada, o povo feio que habita minha cidade... Aí quando eu quero uma coisa só, sempre há um leque de opções pra eu escolher e um monte de gente pra eu consultar.

Mas ei. Eu só quero uma única coisa.
Quero foco. Quero restrição, como dizia Wim Wenders no documentário Janela da Alma.

Se tu acreditas que ainda é possível enxergar uma vida diferente desta que nos empurram goela abaixo, não deixe jamais de assistir. Janela da alma nada mais é, do que uma tentativa de resgate, no nosso próprio resgate.



Posso agora estar enxergando direito, mas meus pensamentos e objetivos andam totalmente desfocados.
A palavra "amor" há de voltar pro meu campo de visão. Ou então, a minha cirurgia não serviu de nada.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

vida dificil a minha, por aqui.

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Volto segunda!


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

lá fora, 48 graus.

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A cirurgia foi um sucesso, como previsto. Mas eu realmente não pensava que fosse diferente. Afinal.. enfim.

E de birra pelo carnaval perdido, estou viajando. Em um lugar ainda desconhecido por mim entre tantas indas e vindas, e roubando a internet wireless de alguém pra poder baixar LOST. Aproveitando o tempo livre, antes de ir me acabar no shopping e na promoção deliciosa da ZARA, vim escrever um pouco, porque tava sentindo falta disso.

Enquanto meus companheiros de viagem sairam pra almoçar, eu estou sentada com o laptop no colo, sem fome, e sem vontade alguma de tirar o pijama. Aqui o clima tá de matar. Quente, muito quente. Mas eu prometo que mais tarde vou me render aos programas turisticos, cairei com tudo (e de bolso) nas deliciosas promoções, e me maquiarei (depois de duas semanas sem qualquer tipo de maquiagem) com um entusiasmo enorme pra sair à noite.

Agora que eu to vendo até o que não devia, eu posso analisar qualquer proposta sem qualquer tipo de desculpa.



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