O marco mais significativo da criação da literatura moderna (na minha opinião, óbvio) é um tanto ambíguo. Se chama A Divina Comédia do Dante Alighieri. Eu digo que é um marco ambíguo porque, assim como as imagens de Giotto (tu já deves ter estudado em História da Arte), a literatura de Dante guarda intocáveis inúmeras características da mentalidade e expressão medieval.
A Divina Comédia, pra tu que não sabes, consiste na realidade num longo poema épico. A obra tem um conteúdo simbólico e místico, bem ao gosto medieval, e narra a trajetória de querido Dante, que perdido numa floresta terrena, dali é tirado pelo poeta latino Virgílio que o guiará pelo reino dos mortos, através do inferno e do purgatório até o paraíso (onde se entrega à salvação nas mãos de sua amada Beatriz - aawww) .
Quisera eu conseguir transmitir toda a concepção da ordem do mundo, da criação da queda e da salvação final, e apresentá-la numa narrativa inspirada. Entendas que a obra é provavelmente a síntese mais bem-acabada de todos os valores que norteavam o mundo medieval. Mas traz também consigo os prenúncios dos fundamentos em que irá se basear a civilização moderna. Ok, eu explico. Pra começar, porque o poema é escrito em dialeto toscano e não mais em latim (yeah! he had balls!). Imagina isso no século XIV?! E também, os guias de Dante nessa travessia sacra são de um poeta pagão (he had balls again) e uma senhorita reles, burguesa e caseira. E pra terminar, ele se afasta do realismo tosco e popular que marcava a representação dos mistérios cristãos da época.
Depois de relembrar A Divina Comédia, eu só te digo uma coisa: Passe pra cá a fantasia de capeta, então.
Vai ser no mínimo curioso!!!
Vai ser no mínimo curioso!!!
2 comentários on "A Divina Realidade."
curioso jah eh!
e é ambíguo no título também, né?
=***
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