sexta-feira, 18 de julho de 2008

pra mim, tu é um quase.



f,

Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte, e tão indiferente, eu achei estupidamente que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não, meu bem. Não passa nunca (mas quase passa todos os dias)! Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, e me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não-pontinho.

Tu, que já fostes tudo e mais um pouco, é agora um QUASE! Exatamente! Porque um quase não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e dizer: "ei, não quer vir me ver hoje?". Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que só é mais um dia com um restinho de quase, e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira NADA!

Eu quase consegui te amar exatamente como tu eras. QUASE. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra ti que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.

Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas meninas, eu quase não morro com a tua ausência, eu quase não escrevo nada disso.

O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

N.



1 comentários on "pra mim, tu é um quase."

Anônimo disse...

to nessa tmb.

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