Parece absurdo, com tantos outros medos que tenho que enfrentar: medo da violência, medo de barata, medo de o vestido preferido guardado há um ano não caber mais, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas vem cá, MEDO DE AMAR?
É. É exatamente isso.
Estávamos hoje conversando sobre isso. O J. me dando lições de moral, a F. sempre com sua delicadeza impecável me dando conselhos sobre o que fazer com os homens. Mas eu cheguei à uma conclusão, absurdo ou não, o medo de amar e esse tal de bloqueio se instala entre as minhas vértebras e eu sei por quê. Esse tal de amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo, mas é a vida.
O amor termina, mal-agradecido, mas termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Mas tudo passa, né? Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente procurando, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, é o que eu sempre digo.
Mas a minha sorte (ou de muitos), é que meu coração é muito desobediente. Mesmo bancando A corajosa, que apesar de um medo tão justificado, amo outra vez e todas as vezes que o amor me chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
É, totalmente impossível.
Em 2007, não posso deixar de agradecer meu coração desobediente. Ele me dá rasteiras às vezes, mas tá aqui. Batendo, firme e forte,
por ti.
1 comentários on "sim, bloqueio."
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